
Aqui no Mali, ainda não tinha vivido essa primeira impressão até fazer o círculo de histórias. Histórias envolventes e contadores caprichosos, não conseguia conter os comentários sobre os fatos e cada história era complementada pelas histórias dos ouvintes. Também não emplaquei o limite de tamanho do texto (uma das histórias tem 5 páginas!). Terminamos a oficina numa segunda-feira e na quarta já fazíamos outra com 21 jovens. Insisti em vão para que lessem o texto sobre a metodologia do círculo e foi sem anotação, sem perguntas e sem sistematização que fizemos mais 3 círculos excelentes!
Grande parte das histórias fala sobre a educação no Mali: principalmente no que se refere à língua e ao acesso à escola. O ensino na língua materna é recente: até pouco tempo atrás as aulas eram apenas em francês e as linguas maternas são o Bambara, Dogon, Sonkai, Fulfuldé e o Tamashek. Recentemente, o governo decretou a obrigatoriedade da incorporação das línguas maternas nas escolas, mas por enquanto isso é realidade apenas na área central do país, onde falam bambara. Num país em que somente 20% da população é alfabetizada, escrever em francês e falar na língua materna, acaba criando uma diferença enorme entre quem frequenta ou não a escola. Nas ruas é perceptível a dificuldade das meninas em falar o francês. As família preferem enviar apenas os meninos para a escola e as meninas ficam em casa ajudando nas tarefas domésticas.
Abaixo as histórias do círculo que fiz com a equipe do Institute pour l'education Populaire.
Aboubacar Sogodogo
Aissata Dolo
Bawa
Cheik Oumar Coulibaly
Fanta Sy - História em bambara
Fatoumata Sogoré
Ibrahima Guindo
Lazare Coulibaly
Nouhoum Doumbia
Oumarou Ongoiba
Souleymane Balahira
Thera
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